domingo, 22 de novembro de 2009

O Jogo do Contente


A primeira vez que li o livro "Pollyanna" de Eleonor H. Potter eu tinha nove anos de idade. A princípio achei a estória muito comovente, mesmo não entendendo direito as ações da personagem que dá nome ao livro.
Para quem não teve a oportunidade de ler, "Polly" ficou órfã e foi morar com uma tia rica e não muito amável. Durante sua estadia na casa da tia, a menina consegue modificar a vida de todos a sua volta com seu jeito (de certa forma irritante).
A filosofia de Pollyanna era "O jogo do contente". O mundo poderia está sendo dominado pelos ciborgues e pela Skynet (O exterminador do futuro), mas a garotinha sempre achava um bom motivo para estar acontecendo aquilo e isso encorajava os que estavam a sua volta.
Em um dos livros, o qual não me recordo, Pollyanna sofre um grave acidente e fica paraplégica. Com o ocorrido ela consegue o aproximar a tia solteirona de seu amor juvenil e acabapor descobrir um filho bastardo fruto da juventude da tia. Ela passa a enxergar seu enfermo como um mal que veio para o bem, mesmo não sendo ela, diretamente, a beneficiária.
Na quarta-feira, 4 de Novembro de 2009, Recife chorou a perda de uma jovem que assim como Pollyanna jogava o jogo do contente. Aline Araújo descobriu em Março de 2008, aos 17 anos, que estava com leucemia. Desde então amigos e familiares lutavam ao seu lado em busca de doações de sangue e medula.
O caso de Aline comoveu todo o estado e alertou milhares de jovens sobre a importância de ajudar ao próximo. Aline, como Pollyanna, confortava os que a amavam, para que fossem fortes ao lado dela nesta batalha.
Infelizmente Aline teve seus sonhos, seus projetos e sua vida interrompidos de forma drástica. Mas triste de verdade é saber que existem pessoas que não tem força para lutar contra uma gripe, fazendo disso o fim do mundo. Ela enxergou o arco-íris no fim de um dia chuvoso.

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