domingo, 9 de agosto de 2009

Leseiras Cotidianas (1)


Era meu primeiro acampamento de Carnaval. Apesar de sempre desejar manter contato com eles, não tinha coragem para tal artimanha. Beirava os meu quinze anos e sentia que precisava de maior quantidade de adrenalina no sangue.
Fiquei quase sozinha no primeiro dia, porque meus amigos não costumavam acampar. Após o estudo matinal passei a andar com as meninas desse grupo e comecei a observar mais de perto as palhaçadas grupais e a vontade de fazer parte da família sólida e hilária crescia.
Para minha surpresa eles acampavam em barracas, o que facilita ainda mais a interação do grupo. passei os dias seguintes sempre os seguindo como um cachorro abandonado à procura de um dono. (HSUAHSUAHSUHASUHSUASH)
Inventamos de fazer uma trilha pelo sítio em que acampávamos. Passamos pelo bambuzal, entramos no rio e finalmente chegamos no limite com outra propriedade.
Os meninos eram conhecidos como o próprio capeta em forma humana, de tanto que aprontavam. Um deles nos alertou da existência de um rottweiler e que deveríamos fazer silêncio, porque o cachorro nos atacaria.
Fui orando para que Deus tivesse piedade de uma gordinha lenta, que seria o prato principal da refeição do delicado cachorrinho.
Chegando na metade do caminho e nem sinal do cachorro. O grupo totalizava umas vinte pessoas, todos começaram a conversar desacreditando o que tinha dito "anjinho".
De repente ao longe se ouviu os latidos raivosos da fera. Cada vez mais perto, todos começam a correr, sem ver quem ou o quê estava à frente.
Achei que seria meu fim, fui praticamente atropelada por um dos meninos. Não tive dúvida, corri feito louca e via ele (o au-au) me acompanhando pelo outro lado da cerca. O vulto preto latia voraz e se aproximava cada vez mais.
Cada latido do cachorro era um grito meu. Minha vida passou diante dos meus olhos, me ajudando a fazer meu testamento mentalmente.
Até que vi um dos meninos parado olhando na minha direção. Parei também, usando consegui ajustar o foco da minha visão, vi o tamanho da fera "assassina". (lol)
Era um vira-lata preto, que balançava o rabinho pra quem se aproximava. E o capeta que enganou à todos se localizava deitado em baixo de uma árvore, vermelho, com falta de ar e dores abdominais de tanto rir.

Post especial para meus amados e cotregumiados capunguenses. Nesse dia decidi que meu lugar era estar ao lado de vocês.

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...