sexta-feira, 29 de outubro de 2010

#12para20 nº 9 – O Rodeio de Gordas

man_riding_fat_womanA imagem da divulgação é essa. Não tenho palavras para expressar a minha repugnância por este ato sádico e humilhante que as garotas da UNESP foram obrigadas a passar.

Explicando melhor o que é o “Rodeio das Gordas”, durante os jogos universitários da UNESP as jovens eram abordadas por garotos que demonstravam um tipo de interesse como no início de uma “paquera”, de repente as vítimas eram atacadas, agarradas e “montadas”, enquanto isso o grupo de amigos do agressor cronometrava o tempo em que o rapaz ficava “montado” na gordinha, quem passou mais tempo “montado na gorda” ganha prêmios (provavelmente o prêmio de “Minha Mãe me Ignorou na Infância”).

spoof_rodeo_tshirt-p235560246740371345qw9y_400Vasculhando na internet achei um site de vendas de camisetas que faz parceria com a molecagem dos rapazes da UNESP Camisas do vaqueiro T da paródia para vaqueiros grandes. Estas camisas engraçadas do vaqueiro T do rodeio da paródia igualmente caracterizam um anti tema gordo das mulheres. O humor sexual nestas camisas grandes do galo T é limitado para ofender geralmente raparigas gordas, meninas gordas e pássaros gordos. Se você quer um anti presente gordo engraçado para seu amigo grande do vaqueiro este Natal estes são eles. R$35,60 por camiseta”

Acho que com isso vocês podem entender o motivo da minha revolta. Nesse momento eu pergunto aonde foi parar o ato de respeito? E não consigo receber uma resposta digna para minha pergunta.

Poucos meses se passaram desde a balburdia criada na UNIBAN por causa do micro vestido rosa-choque que Geyse Arruda vestiu para ir à universidade e essa semana nos encontramos com uma situação de um nível semelhante ou pior. Vou parar de citar casos aqui, pois em minha mente só consigo ligar os estudantes universitários aos atos de sadismo, desrespeito e humilhação alheia.

Vocês hão de concordar comigo que o bullying sofrido é de uma gravidade sem tamanho, mas o que assusta mais é saber que os indivíduos que participaram do movimento com o sub-título de “brincadeira” eram integrantes do sistema de ensino superior. Graduandos, futuros mestres, doutores e pós-doutores, sem escrúpulos ou caráter  essas pessoas, junto comigo e com outros que se opõem as tais barbáries, farão parte da Sociedade Acadêmica Brasileira.

Agora, como futura historiadora e aspirante a jornalista, sinto nojo do que se tornou o sinônimo dos alunos de ensino superior. Antes se tinha orgulho em fazer parte de um grupo que ia as ruas lutar pelos direitos do povo, de um grupo que tinha toda uma bagagem de movimentos em prol de um bem maior, me envergonho em saber que a noção do certo/errado dos universitários brasileiros decaiu. O que antes era para um bem maior, agora é para a diversão de poucos. Diversão essa às custas de um grupo restrito, sempre. Quando não é por serem calouros, é por causa de sua etnia ou por causa de determinado modo de vestir-se e agora por causa do seu peso.

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